Viver em Busca Vida, mais próximo da natureza, matas e praia, certamente é um privilégio diante do agitação e estresse das grandes cidades. Um refúgio para famílias que prezam pelo bem-estar e qualidade de vida dos condomínios fechados. Mas, é preciso cultivar a consciência que morar em áreas mais afastadas, próximo à floresta, significa conviver também com a fauna local, habitat de animais nativos da região.
Todos os animais têm um papel no ecossistema em que vivem, mesmo os mais perigosos. Dentre os animais encontrados na região podemos destacar o mico, morcego, raposa, tatu, iguana, camaleão, calango verde, sariguê, aranhas, taturana (lagartas de fogo), cobras (Coral, Cascavel, Jararaca, Surucucu, Sucuri, entre outras) e aves. “A presença, muitas vezes indesejável, de animais peçonhentos e não peçonhentos, no Condomínio Busca Vida e outros da região metropolitana, é fruto de uma especulação imobiliária desenfreada. A localização próxima ao litoral, onde se concentra maior ocupação humana, compromete as áreas do habitat dos animais, sem o respeito e consciência que estes devem ser preservados em seu meio ambiente”, conta a bióloga e moradora do Condomínio Busca Vida, Rosa Pinho.
Com o problema da urbanização, o habitat do animal está sendo destruído, o que faz com que ele vá procurar um lugar que tenha água e sombra, ambiente encontrado nas residências. Diante desse cenário, algumas medidas podem ser tomadas para proteger as casas. “Mantenha árvores sempre podadas, o gramado sempre baixo e livre do acúmulo de folhas e galhos secos pelo chão. Assim, evita-se proporcionar locais adequados para o acolhimento. É importante evitar também alimentar os animais, principalmente macacos e raposas. Ao anoitecer, deve-se fechar portas e janelas para evitar entrada de répteis, mosquitos e morcegos”, aconselha a bióloga.
Os animais silvestres, tanto em vida livre como em cativeiro, podem ser portadores de doenças infecciosas, geralmente transmissíveis ao ser humano, mesmo sem necessariamente apresentar qualquer sintoma clínico. “Muitas das doenças infecciosas humanas mais perigosas tiveram origem pela contribuição das aves e dos mamíferos, como por exemplo a raiva, a febre amarela, o tifo, etc.”, explica a bióloga.
Segundo o supervisor da GEPA – Grupo Especial de Preservação Ambiental, Robson Pires, caso o animal silvestre se veja ameaçado, ele pode se defender e tentar bicar, arranhar ou morder. “O contato com alguns animais silvestres pode levar à transmissão de zoonoses como lepra, raiva, febre amarela, leptospirose, tuberculose, gripe, herpes, etc.”, explica Robson. Para se proteger, a população deve evitar o contato e domesticação desses animais e denunciar aos órgãos competentes o tráfico dos mesmos. “A cada 10 animais traficados capturados, nove vem a óbito”, conta o supervisor.
Para minimizar possíveis problemas, é importante saber como lidar com certas questões e situações. O medo, a negligência ou falta de informação de moradores pode ocasionar a morte indevida de animais silvestres e até mesmo exposição de riscos à saúde das pessoas. “É preciso conscientizar-se de que nós é que somos os invasores do seu habitat e, ao encontrá-los, devemos procurar meios de devolvê-los à natureza”, alerta Rosa Pinho.
Dicas de proteção:
Telefone úteis:
- GEPA – Grupo Especial de Proteção Ambiental: (71) 3202-5312.
- COPPA- Companhia de Polícia de Proteção Ambiental: (71) 3116-9150 / 9158.
- INEMA – Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos: 0800-711400.
- Ministério Público da Bahia: (71) 3103-0390.
Camaçari, 08/09/2017.