COLETA SELETIVA NOS SUBCONDOMÍNIOS E CAMPANHA EDUCATIVA SÃO METAS DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DE BUSCA VIDA

COLETA SELETIVA NOS SUBCONDOMÍNIOS E CAMPANHA EDUCATIVA SÃO METAS DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DE BUSCA VIDA

Com apenas oito meses desde sua primeira reunião, realizada em 6 de fevereiro de 2019, a Comissão de Meio Ambiente de Busca Vida já alcançou importantes conquistas. Algumas delas são a implementação da coleta seletiva e a contribuição ambiental – que é importante para viabilizar o desenvolvimento de pesquisas de diagnóstico e soluções de problemas ambientais, ao lado da proibição de fogo e queimadas para qualquer finalidade nas dependências do Condomínio Busca Vida (CBV). Mas ainda há diversos desafios para implantar práticas sustentáveis nessa área de mais de seis milhões de metros quadrados, onde quase cinco mil pessoas convivem com praia, dunas e lagoa, entre aves, peixes, répteis e anfíbios.

“Para avançarmos ainda mais, é importante que todos os subcondomínios de Busca Vida comecem a fazer a coleta seletiva internamente. Dessa forma, descentralizaremos a coleta dos resíduos recicláveis e não sobrecarregaremos os ecopontos instalados no estacionamento da Praça das Tartarugas e no Posto 29”, afirma a conselheira da Z3, Petra Schaeber, que integra a Comissão de Meio Ambiente do condomínio. Dessa forma, será possível aumentar o volume de objetos recicláveis coletados de maneira organizada e, ao mesmo tempo, reduzir o descarte de lixo comum. Nesse sentido, a administração do CBV está disponível para apresentar o projeto de coleta seletiva aos subcondomínios interessados.

A separação do lixo contribui com a preservação do meio ambiente, polui menos o solo, a água e o ar, além de contribuir com a limpeza. A coleta seletiva em Busca Vida inclui materiais como papel, papelão, isopor, pvc, plásticos, alumínio, garrafas pet, tetra pak (caixa de leite), vidros e aparelhos eletro eletrônicos, que são recolhidos semanalmente, às quintas-feiras, pela Coperativa de Catadores e Agentes Ecológicos de Lauro de Freitas (CAELF). Eletrodomésticos como geladeiras, fogões e aparelhos de tevê também podem ser incluídos, mas, nesses casos, o recomendado é que sejam levados para a administração do CBV. Os benefícios da coleta seletiva vão além da questão ecológica e alcançam também a esfera social, ao contribuir com o sustento das famílias dos 43 cooperados que integram a CAELF.

“Hoje, para mim, a cooperativa funciona tanto como um trabalho, como um meio de salvar o meio ambiente. É impressionante ver a quantidade de lixo que a gente arrecada e livra de estar caindo na rua. Eu vejo que somos agentes ecológicos e tenho orgulho da minha profissão. Muitas pessoas nos veem apenas como catadores, mas outras enxergam que estamos fazendo um bem para o meio ambiente e para aquela própria pessoa”, afirma Leandro de Araújo, que integra a CAELF há seis anos. Como pontos de melhoria para aperfeiçoar a coleta seletiva no CBV, ele destaca a importância dos condôminos não colocarem lixo orgânico nos ecopontos de coleta seletiva. Isso dificulta o trabalho dos cooperados, que acabam tendo que fazer a separação e a limpeza dos itens de fato recicláveis. Outros materiais não recolhidos são madeira, borracha e fibra.

Fonte dos Padres, viveiro de mudas e Lagoa de Busca Vida

Outra iniciativa que já começa a ser implementada é um amplo trabalho de pesquisa e planejamental ambiental na área de Busca Vida, em parceria com pesquisadores da Universidade Católica do Salvador (Ucsal). “Esse projeto visa fazer um verdadeiro “raio X” da qualidade ambiental do condomínio. A previsão inicial é de que dure dois anos”, explica o coordenador da pesquisa, o biólogo e professor da Ucsal, Moacir Tinoco.

O trabalho está dividido em quatro linhas de atuação. A primeira envolve a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Fonte dos Padres. Os pesquisadores estão levantando toda a documentação solicitada pelo órgão responsável, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), que inclui tanto material administrativo, quanto documentos técnicos, a exemplo de mapas temáticos do condomínio. A ideia é entrar com o pedido de implementação da RPPN ainda neste ano. A finalização dessa etapa inclui a criação de uma trilha ecológica na Fonte dos Padres, para que os moradores conheçam melhor e passem a frequentar esse ambiente.

A segunda linha de atuação da pesquisa corresponde à caracterização ambiental do CBV. Ela engloba o levantamento da biodiversidade, ou seja, da fauna e da flora, e dos ambientes que existem em Busca Vida. O estudo irá identificar tanto a tipologia, quanto a extensão de suas dunas, mata, lagoa e praia. “Iremos quantificar os ambientes do condomínio. O CBV nunca se olhou dessa forma. A gente vai caracterizar esses ambientes”, diz o coordenador do estudo.

Já a terceira etapa do estudo, já em andamento, envolve a implantação de um viveiro de mudas e o projeto de reflorestamento do Condomínio Busca Vida, com plantas nativas. Será agendada uma capacitação para os funcionários do condomínio que cuidarão do viveiro, que está sendo implantado em um espaço ao lado da administração. O objetivo inicial é produzir entre 2 e 3 mil mudas de plantas por ano, que poderão, inclusive, abastecer os condôminos interessados. Além disso, a atividade de compostagem de podas, que já vem sendo executada pelo CBV, será aperfeiçoada. O trabalho também inclui uma ação ambiental em parceria com a Escola Marco Ivo Bona. Os pesquisadores realizarão uma palestra sobre meio ambiente no local e farão uma exposição relacionada ao tema.

Lagoa de Busca Vida – Primavera 2019

 

Por fim, a quarta etapa do projeto inclui a avaliação da qualidade da Lagoa de Busca Vida. Trata-se de um trabalho mais extenso, que objetiva compreender as causas da proliferação das plantas aquáticas no local. Os pesquisadores irão investigar de onde vem a matéria orgânica que faz com que as plantas se proliferem tão rapidamente na lagoa. “Vamos avaliar a qualidade da água para saber se ela pode ser utilizada para atividades recreativas, a exemplo da prática de esportes aquáticos, e também para definir o que fazer com o excesso de vegetação em alguns pontos. Nossa responsabilidade é diagnosticar e indicar as possibilidades”, afirma Moacir Tinoco.

Campanha educativa e calendário de eventos

Para contribuir com a otimização da coleta seletiva, a Comissão de Meio Ambiente tem discutido a importância de realizar uma campanha educativa em prol do meio ambiente em Busca Vida. O objetivo é sensibilizar os moradores e seus funcionários sobre a importância do equilíbrio ambiental, de forma a incluir tanto uma visão mais ampla do meio ambiente, quanto questões de ordem prática, a exemplo de orientações sobre os itens que devem ou não ser incluídos no descarte de resíduos. Além disso, a campanha pretende conquistar uma maior adesão e envolvimento dos moradores nas próximas ações da Comissão.

A Comissão de Meio Ambiente de Busca Vida também está elaborando um calendário de eventos educativos. A programação inclui uma atividade de conscientização e limpeza de praia, uma caminhada ecológica na área das dunas de Busca Vida e uma ação ligada à coleta de resíduos recicláveis, inclusive com a formação de caseiros, muitos deles responsáveis pela separação dos resíduos nas casas. A programação dessas atividades está sendo elaborada e será divulgada tão logo seja definida.

Busca Vida, 22/10/2019.